O câncer de ovário é um tipo de tumor que se desenvolve nos ovários, órgãos responsáveis pela produção de óvulos e pelos hormônios femininos, como estrogênio e progesterona.
O câncer de ovário é o terceiro mais comum entre os tumores do trato genital feminino e o mais letal entre eles nos países desenvolvidos. No Brasil, estimativas do INCA apontam que, em 2023, houve 7.310 novos casos. Este tipo de câncer desafia a medicina por sua apresentação silenciosa e disseminação precoce.
Este tipo de câncer é reconhecido por sua agressividade, sendo muitas vezes identificado tardiamente, já que os sintomas iniciais costumam ser inespecíficos ou ausentes.
Para enfrentar essa doença de forma eficiente, é essencial compreender os fatores de risco, sintomas, e as modalidades de tratamento disponíveis.
Fatores de Risco
Histórico Familiar: Parentes com câncer de ovário, mama ou colorretal aumentam o risco, especialmente com mutações BRCA1 e BRCA2.
Idade Avançada: O risco é maior após os 50 anos, principalmente na pós-menopausa.
Histórico Reprodutivo: Baixa paridade, menstruação precoce e menopausa tardia estão associados ao maior risco.
Terapia Hormonal: Uso prolongado de reposição hormonal com estrogênio pode elevar o risco.
Endometriose: Essa condição pode aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de ovário.
Obesidade: IMC elevado eleva o risco, especialmente para tipos mais agressivos.
Estilo de Vida e Fatores Ambientais: Exposição a químicos e má alimentação podem influenciar o risco.
Prevenção
A prevenção do câncer de ovário foca na identificação e controle dos fatores de risco. Mulheres com mutações genéticas, como nos genes BRCA1 e BRCA2, podem optar por cirurgias preventivas, como a salpingo-ooforectomia (remoção dos ovários e das trompas de Falópio), para reduzir a probabilidade de desenvolver a doença.
Adotar um estilo de vida saudável, incluindo o controle do peso, evitar fumar e considerar o uso de contraceptivos orais, que têm sido associados à diminuição do risco, são estratégias importantes.
Além disso, mulheres com histórico familiar relevante devem realizar exames regulares e buscar orientação de um geneticista para aumentar as chances de detecção precoce e prevenção eficaz.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico geralmente ocorre em estágios avançados devido à natureza assintomática inicial da doença. Os principais métodos diagnósticos incluem exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, e exames laboratoriais, como o marcador tumoral CA-125.
Tratamento Cirúrgico
O tratamento do câncer de ovário é complexo e requer uma abordagem multidisciplinar. A cirurgia desempenha um papel central, com diferentes modalidades, incluindo:
Cirurgia Estadiadora: Avaliação da extensão da doença, com procedimentos como omentectomia e linfadenectomia.
Citorredução Primária: Remoção máxima do tumor visível, aumentando as chances de resposta à quimioterapia.
Cirurgia Profilática: Para mulheres com alto risco genético, visando reduzir a incidência de câncer.
Pesquisas, como as conduzidas por P. Dahm-Kähler et al., mostram que cirurgias realizadas por especialistas aumentam significativamente as taxas de citorredução completa, fator prognóstico mais importante para a sobrevida das pacientes.
Citorredução Secundária e Paliativa
Após o tratamento inicial, 85% das pacientes podem apresentar recidiva. Nesses casos, a citorredução secundária é indicada apenas se houver possibilidade de remoção completa da doença (R0). Já a cirurgia paliativa busca melhorar a qualidade de vida em pacientes com doença avançada.
Papel do Cirurgião Oncológico
Diagnóstico: Realização de biópsias para confirmar o tipo e o estágio do câncer.
Tratamento curativo: Realização de cirurgias para remover tumores e tecidos adjacentes afetados, com o objetivo de alcançar margens livres de doença.
Tratamento paliativo: Cirurgias para aliviar sintomas, melhorar a qualidade de vida ou tratar complicações em casos de câncer avançado.
Planejamento multidisciplinar: Integração com outros especialistas, como oncologistas clínicos e radioterapeutas, para elaborar um plano de tratamento abrangente.
Cirurgia preventiva: Procedimentos em pacientes de alto risco para evitar o desenvolvimento de certos tipos de câncer, como mastectomia ou ooforectomia profilática.
Uso de técnicas avançadas: Aplicação de técnicas minimamente invasivas, como laparoscopia e cirurgia robótica, para reduzir o tempo de recuperação e melhorar os resultados.
A atuação do cirurgião oncológico é essencial para aumentar as chances de cura e proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.
Importância da Equipe Multidisciplinar
O sucesso no manejo do câncer de ovário depende de uma abordagem multidisciplinar, integrando cirurgia, quimioterapia e acompanhamento contínuo. Especialistas qualificados, como cirurgiões oncológicos, são essenciais para garantir os melhores resultados.
Cuide da sua saúde
Se você tem fatores de risco ou suspeitas de câncer de ovário, procure um especialista.
O diagnóstico precoce pode salvar vidas!